Uma coisa meio chocante para mim aqui no Japão é encontrar conhecidos e de repente constatar que aqui eles têm uma vida totalmente diferente da vida que tinham no Brasil quando os conheci tempos atrás. Até mesmo outro nome! Veja, por exemplo, meu colega de faculdade, André e que todo mundo chamava de André, no máximo, Tamane. Bem, aqui ele é o Noboru. Se me perguntassem se conheçia algum Noboru até então, diria que não e nunca me passaria pela cabeça que o tal foi meu parceiro do Mackenzie por 4 anos.
Outra surpresa é a Yuri, que conheci como Romina, apresentada pela minha amiga de todos os tempos Karen (será que ela tem algum nome secreto também?). Meu pai, por incrível que pareça, é um dos poucos filhos de japonês que não tem nome japonês, apenas o sobrenome da família. Talvez por isso nem eu ou meu irmão temos nome japonês, portanto não se desesperem, seremos sempre o Gabriel e o Gustavo. Para compensar temos pelo menos uma dúzia de apelidos cada um.
Pois bem, Yuri, ou Romina como a chamo, também mantém um blog. Ela é a BAH, acho que deve ser algum apelido referente ao seu humor crítico (leia reclamão). Essas meninas têm o costume de escrever em diários desde tempos remotos, quanto a primeira espinha nem imaginava despontar na testa. A Karen mesmo teve ter um diário que faria sombra ao livro sagrado. Graças às maravilhas da tecnologia as pessoas têm mais facilidade em escrever seus textos e compartilhá-los com quem tem interesse na vida alheia gosta de ler. Ela é uma menina bonita, estudada, meio doida e bem espontânea, daquelas que dá risadas sem se conter, gargalhadas profundas mesmo. Ela leva a vida como uma típica dekassegui e no seu blog-diário ela desabafa suas dores de maneira bem peculiar.
Abaixo estou postando parte do texto dela. Recomendo!
País de Oportunidades
A maioria das pessoas que vêm ao Japão para trabalhar, imagina uma vida de muito sacrifício, de dor, de luta e de muito trabalho. Não é muito diferente do Brasil, a diferença que como aqui é um país de Primeiro Mundo, a “recompensa” por todo o seu esforço é um pouco melhor. Levamos uma vida de muito trabalho, de dores no corpo porque o trabalho na maioria das vezes é braçal, em pé, e horas e horas em pé. Não é fácil.
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