Nikko


Tōshō-gū

Nikko é um daqueles lugares mágicos que pouca gente conhece. Mais ou menos como Ouro Preto no Brasil: apenas brasileiros ou turistas estrangeiros munidos de um bom guia de viagens sabem que existe. Como Ouro Preto, Nikko é uma cidade histórica. O grande destaque é o complexo de templos anexados ao Tōshō-gū (東照宮), o adornado Mausoléu do Shogum Tokugawa Ieyasu. Além do valor cultural, a região montanhosa também é conhecida pelas águas e paisagens montanhosas incríveis, perfeitas para quem curte caminhadas.

Nantai-san
A montanha “corpo masculino”.

História

Como a maioria dos pontos turísticos japoneses, Nikko começa com a visita de um monge, Shōdō Shōnin, e a construção de um templo, Rinnō-ji em 766. Logo após, uma vila se forma em torno desse e de diversos outros templos que são erguidos na região. Um deles é o Futarasan Jinja, cuja finalidade é idolatrar uma montanha (!) que tem o nome de “corpo masculino”(!!).

Estes dois templos formam, juntamente com o Tōshō-gū, um dos Patrimônios Históricos da Humanidade.

Futarasan Jinja
Futarasan Jinja

Atrações

Nikko é famosa pelos templos e museus seculares, mas há outras coisas interessantes para se ver e fazer na região. É possível fazer trilhas nas matas, andar de teleférico, barco, canoa e muitos outros programas naturebas.

Geologicamente, apresenta muitas falhas geológicas, resultado da erupção de um vulcão local. O terreno acidentado forma cenários cinematográficos que também atraem muitos turistas. Principalmente casais.

Cachoeira Kegon

O destaque é a cachoeira Kegon, situada no topo de um abismo. É possível chegar ao fundo usando um elevador.

Também há muitos onsen, as casas de banho japonesas. A água usada nesses estabelecimentos é naturalmente aquecida e traz muitos benefícios para a saúde.

Falhas de toda ordem

Não são só geográficas as falhas de Nikko. A cidade tem alguns problemas que não encontrei em outros lugares que estive no Japão. Não há por exemplo, muitas lojas de conveniência (os kombinis) e bancos. Como as coisas lá tem o preço salgado, tome cuidado para não ficar sem grana.

Se você pretende passar a noite por lá, atente pela falta de restaurantes que servem janta. Como a maioria dos turistas vem de excursões de um dia, o comércio da cidade fecha assim que anoitece. No caso do Outono, a partir das 4h da tarde.

Outro inconveniente é que tudo tem tarifa. Tudo tem entrada e não há bilhetes que integram todas as atrações. Prepare-se para encher o bolso com moedas, apenas para fazê-las evaporar num instante.

Narabi Jizo
Se você gosta de ver fotos, clique na imagem para visitar minha galeria!

Vale a pena!

Nikko é linda, cheia de riquezas naturais e culturais. Vale a pena visitar seja pelo motivo que for. Não é muito caro (pelos padrões japoneses). É perto de Tóquio e o acesso é simples.

Brasil com Z


Minha amiga de anos atrás, Gui, do excelente blog Persistência da Memória apareceu com uma idéia fantástica: juntar vários amigos que moram em países diferentes num único blog e contar as maluquices que rolam na vida de cada um.

Assim nasceu o Brazil com Z, que mau apareceu e já está se destacando como um dos 10 blogs que mais crescem no wordpress. Ainda não sabemos que rumos o site vai tomar, já que todos os autores vivem uma rotina super-corrida. Contudo, acredito que faremos o possível para dividir um pouco da experiência de se viver em terras estrangeiras com quem quiser viajar sem levantar da cadeira.

Estarei contando um pouco mais sobre as peculiaridades da vida do Japão. Vou me esforçar para não repetir os temas que já descrevo aqui na Viagem. Não deixem de visitar! Basta clicar na imagem ou no link acima.

Quioto – parte 1


Final de ano de 2007, depois de uma experiência intensa com os estudos de japonês, 28 horas semanais de aulas puxadas, crises existenciais e choques culturais com outros povos, nada melhor que uma boa viagem pra relaxar. Graças à minha professora preferida, Ryokai Sensei, eu e alguns colegas planejamos uma rápida viagem de 3 dias para Kyoto. A antiga capital japonesa é digna de toda a fama que tem.

Se fosse permitido a você ir apenas a um lugar no Japão, sugeriria Kyoto. Até agora foi a experiência mais intensa e gratificante que tive durante minha estadia nessas bandas. Quem for viajar nas férias e tiver a oportunidade de ir a algum lugar, vá a Kyoto. Garanto que vai valer cada centavo. Principalmente se você gosta de belas paisagens, arquitetura, cultura japonesa e coisas antigas.

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O Primeiro Ano de Japão


Hoje completa exatamente um ano que estou aqui, em terras estrangeiras, tentando virar gente. O final de ano no Japão foi um misto de surpresa, gostos estranhos, ambientes alienígenas e uma sensação de que algo estava faltando. Nas duas semanas de “férias” da escola eu tive um gostinho de como é a rotina de final de ano no Japão. E digo que estou igual ao desenho que fiz aí em cima: morrendo de tédio!Leia mais »

Dicas para quase-expatriados


Então finalmente você tomou coragem, decidiu-se, comprou a passagem e está de malas prontas para ingressar naquela tão sonhada viagem ao exterior. Fora do Brasil o mundo parece melhor, mais rico, mais fácil de se viver. Novas aventuras, experiências, amizades e tudo mais de bom, certo?

Bem, eu posso dizer com segurança que as chances da sua vida “melhorar” são relativas ao que você considera como melhoria de vida. Eu já havia relatado alguns desgotos que tive aqui no Japão e dito que nem tudo são flores para quem quer viver longe de casa. Há um preço a se pagar, sempre. Portanto antes de embarcar no avião, tenha em mente coisas que certamente vão mudar na sua vida e analize se é isso mesmo que você quer. É importante para que depois a adaptação ao novo lar não seja tão traumática.

Encontrei um texto muito interessante e que me lembrou muito desses problemas básicos que todo viajante/imigrante tem. O autor é Tiago Luchini, um brasileiro que vive na Finlândia. Segue um trecho:

  1. Amigos e familiares efetivamente se afastarão. Não porque são maldosos ou te odeiam mas você passa a estar num contexto e rotinas totalmente diferente deles. É normal que um afastamento ocorra. Com a Internet e as presencas “virtuais” das pessoas isso tende a não ser tão drástico quanto no passado. Mesmo assim, existem simplesmente as pessoas que não tem uma presenca online tão forte além da infinidade de atividades que não podem ser feitas virtualmente. Eu, por exemplo, costumava jogar boardgames semanalmente com meus amigos. Isso não é possível remotamente. Pense também nas limitacões de fuso-horário. Dependendo do fuso você tem apenas poucas horas de janela para conversar com seus amigos e parentes e eventualmente essa janela não é boa para você, para eles ou para nenhum dos dois lados. O afastamento dos amigos é mais difícil do que parece à primeira vista.
  2. Ruptura dos costumes e a adicão de novos costumes. Alguns costumes que você tem hoje não terá mais como fazer e novos costumes surgirão. Parece bobo mas temos pequenas atividades na nossa rotina que nos acostumamos e nem percebemos. Outro dia tive uma vontade louca de comer yakisoba (afinal de contas, fazia do yakisoba uma refeicão bastante regular em São Paulo). Qual não foi minha surpresa ao perceber que ninguém aqui sabia nem o que era yakisoba? Não só isso como o único restaurante que pretendia se dizer “japonês” aparentemente fechou. Pequenos costumes tendem a desaparecer e novos aparecem (tenho apreciado o costume da sauna semanal por exemplo). Sem entrar no mérito se isso é bom ou não, fato é que acontece.

O texto se chama Dicas para Quase Expatriados e é bem interessante, recomendo!