Oh NOO ryoku shiken!


Encarando a prova de proficiência em língua japonesa!

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Acabo de voltar com a cabeça chamuscada de tanto pensar para encontrar as respostas certas nesse bendito exame que serve como parâmetro para medir seu conhecimento da língua japonesa (ou falta dele). Meses a fio me debatendo entre dicionários e intermináveis exercícios gramaticais acabaram completamente com qualquer tempo livre em que eu pudesse desfrutar em paz. Resultado: STRESS TOTAL!

Para quem não sabe, a prova de proficiência (日本語能力試験 nihongo nōryoku shiken), também conhecida como JLPT (Japanese Language Proficiency Test), é um certificado que atesta o domínio da língua japonesa dos estrangeiros e que é requerido por toda e qualquer instituição educacional ou empresa japonesas (que se prezem). Ela atualmente é dividida em 4 níveis, sendo o 1º o mais difícil. A partir do ano que vem haverá mais um nível intermediário entre o 3º e o 4º e o exame acontecerá duas vezes ao ano, ao invés de apenas uma vez como vinha sendo realizado até agora. Portanto passarão a existir 5 níveis… e dá-lhe livros preparatórios. Para mais informações acesse o site oficial.

Confesso que me sinto aliviado por finalmente entregar os pontos, literalmente. Desde que pisei na ilhota, tudo o que tenho feito e pensado em fazer tinha a barreira da língua no caminho. Depois de mais de 1 ano freqüentando escolas, termino esse com o desafio maior de ser aprovado no teste de nível 2 (aproximadamente 600 horas de estudo), considerado o mínimo para se freqüentar uma universidade japonesa. A pretensão é grande, mas não impossível.

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Interior do Campus de Estudos de Línguas Estrangeiras da Universidade de Tóquio. Adivinha a bandeira de que país estava lá para me animar!

Quando se fala em prestar um exame como esse não podemos esquecer que ele não se limita apenas à prova escrita. Tem todo o preparamento de acordar cedo (no domingão), conferir número de sala, de inscrição, deixar o almoço comprado, olhar o mapa do caminho, enfim, mil preparativos. Por fim, encarrar todo aquele ambiente carregadíssimo de pré-vestibular: centenas de pessoas nervosas, aforadas, ansiosas por fazer o teste e cercadas por um monte de inspetores vestidos de preto com cara de bunda séria olhando cada movimento seu. Regras e mais regras; não pode isso, não pode aquilo, muito menos aquilo outro. Senão cartão amarelo! Dois cartões amarelos e você é expulso. Um vermelho e não tem choro, pra fora. Pois é, parece uma parabóla com futebol, mas não é. Essa parada dos cartões rolou mesmo.

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Não foi complicado achar o abatedouro a sala de exame onde eu sofreria passaria as próximas 4 horas

Mas nem tudo é sofrimento. Tive a oportunidade de visitar pela primeira vez uma das universidades mais prestigiadas do Japão e da Ásia: a TODAI (Tokyo Daigaku). Na verdade foi também a primeira vez que entrei numa sala de aula numa entidade estudantil japonesa. Nem preciso me valer de muitos adjetivos para descrever o lugar, basta olhar nas fotos.

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Não foi fiquei surpreso ao perceber que na minha sala havia uma maioria absoluta de asiáticos, todos de olhos bem puxados. Por uns bons 40 minutos acreditei que seria o único ocidental numa sala com aproximadamente 70 pessoas, até que entraram outros gaijin (uns 2 ou 3). Diria que entre os demais, os coreanos eram a grande maioria no lugar.

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Minha sala no intervalo entre as torturas os exames, depois da primeira bateria de exames

No horário do almoço consegui dar algumas voltas pelo prédio e pelo campus. Fiquei admirado com tanto verde e espaço aberto em plena Tóquio. Havia um treino de futebol no campo de areia. Todos os jogadores devidamente uniformizados, com o nome e número escritos na camisa de treino. Apesar da faculdade estar fechada por conta do exame de língua, parece que a direção permitiu ao time que treinasse no domingo. Aliás, no Japão é muito comum os estudantes freqüentarem as escolas inclusive domingos e feriados. Muitos aproveitam para revisar lições e, por que não, tentar conquistar aquela garotinha de saias quadriculadas.

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Aqui jaz minha ansiedade e meu desespero perante esse exame que nada mais é que o primeiro degrau para a vida nesse país Japão

Se eu passei ou não, só saberei no ano que vem, em meados de fevereiro. Uma longa espera para alguém tão imediatista como eu e uma grande crueldade, já que não nos deixaram nem fazer anotações das respostas. Todo o material usado no exame teve de ser devolvido logo após o término.  Não há como saber de antemão como foi o teste, teremos todos que esperar. Pelo menos eu tenho a consciência tranquila pois sei que fiz meu melhor no espaço de tempo que tive.

Desejem-me sorte!

*todas as imagens são autênticas, tiradas por mim mesmo com meu celular

Aprenda Japonês pela Internet e de Graça!


Acabaram-se as desculpinhas de falta de tempo, dinheiro e todas velhas conhecidas escapadas para não aprender a falar nem o básico do básico da língua japonesa. Nada de aulas teóricas chatas cheias de regras complicadas e irritantes. Mangás, animes, música e tudo que envolve o japonês e é divertido faz parte da abordagem desses verdadeiros achados da internet.

  • O excelente AprendendoJaponês traz dicas de programas, vídeos e artimanhas para ajudar no aprendizado. Mantido por Jo Nakashima, estudande da língua japonesa que procura compartilhar seus métodos conosco. A diagramação do site facilita o entendimento do conteúdo, que está em constante atualização.
  • O site Como Aprender Japonês é todo em português e traz explanações sobre diversos pontos gramaticais do idioma, além de dicas de ferramentas para ajudar no aprendizado. O blog é mantido por Mairo, estudante de línguas da Universidade Estadual de Londrina, e tem bastante conteúdo até mesmo para quem já tem alguma noção ou é intermediário na língua como eu *cof*mentira*cof*.
  • Não deixem de conferir também o dicionário de ideogramas japoneses online. Totalmente em português!

僕のアパート (meu apê)


Não estranhem, sou eu falando japonês. Claro que o tostão da minha voz é inconfundível. Algo assim como choro de gato rouco. Esse é o apartamento onde moro, a apenas algumas quadras da escola. Eles chamam de acomodação estudantil pois aqui moram muitos estudantes estrangeiros. Legal para ver como são os apartamentos aqui no Japão.

Students’ residence in Okazaki, Japan. Most of the apartments in Japan looks like this. It’s a typical japanese style building. The room’s floor is made with tatame and in the bathroom there’s a ofuro too. In the video me and my swedish roommate, we both are studying japanese at Yamasa.

YAMASA – A torre de Babel


Yamasa

Desculpem-me o contra-senso, mas é impossível não associar o Instituto Yamasa com a famosa história bíblica da torre onde todos os idiomas foram criados. O que na verdade não teve nada a ver com torre alguma, Babel era uma cidade-estado extremamente desenvolvida e rica, capital do império babilônico, e por isso recebia grande número de imigrantes vindos de várias partes do mundo, o que causava estranhesa nas pessoas menos informadas da época. Exatamente como grandes cidades, iguais a Tóquio hoje em dia.

Nesse modesto mas vistoso prédio funciona uma das melhores e mais famosas escolas de japonês para estrangeiros que existe hoje no Japão. Seguramente a mais qualificada na região de Aichi-ken, onde eu moro e uma das mais requisitadas pelo seu notório método de ensino. Os cursos para se aprender japonês se dividem praticamente em 2 tipos: o SILAC, que é voltado para quem quer desenvolver a fala rapidamente e não tem muito tempo ou interesse em aprofundar-se na língua escrita, e o AIJP e similares que vão mais a fundo, abrangendo a fala, escrita e leitura corretas do japonês.

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E é nessa escola que eu tenho empregado todo meu tempo livre, já que o curso que eu faço tem a duração média de 6 horas por dia, de segunda a sexta, e uma quantidade absurda de tarefas para se divertir em casa. Ainda não contente com tudo isso, eu ainda me inscrevi no programa mais puxado que a escola oferece, tendo um extra de 4 horas semanais de aula. Por isso pessoal, não estranhem meu sumiço repentino.Leia mais »